Especialistas contam que os documentos têm erros de português e falhas no código de barras
JULIANA GONTIJO
Eles parecem verdadeiros, mas não são: os boletos falsos podem ser recebidos por e-mails e pelos Correios. Assim, antes de fazer o pagamento, evitando prejuízo, é preciso ficar atento aos detalhes, alerta a economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Ione Amorim. Ela recomenda checar as informações da fatura e desconfiar se a leitura do código de barras falhar. “A qualidade da impressão, no geral, não é boa, e são comuns erros de português. Entretanto, cada dia mais, os fraudadores estão mais especializados”, observa (veja as dicas abaixo).
A economista ressalta que os cuidados devem ser frequentes, ainda mais no começo do ano, época marcada pelos compromissos tributários e o pagamento de impostos, como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).
Tem de tudo. No fim do ano passado, a Prefeitura de São Paulo divulgou um alerta em seu site sobre boletos falsos de IPTU. O mesmo fez o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-Minas). Com destaque em vermelho, a entidade informa em seu site que não envia boletos de anuidade por e-mail. Dessa forma, não devem ser pagos.
Também em sua página oficial da internet, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) alerta seus consumidores para que fiquem atentos aos golpes. Há pessoas que estão utilizando o nome da companhia para extorquir clientes, utilizando informações falsas a respeito de débitos e outras questões de relacionamento entre cliente e empresa.
Conforme informações da estatal, na maioria dos casos, os golpistas informam à vítima que, para a quitação de um débito, deverá ser feito depósito em determinada conta corrente, sob pena de o consumidor ter o fornecimento de energia suspenso.
Esse tipo de golpe está ocorrendo em algumas regiões do Estado, como Triângulo Mineiro e Sul de Minas, além da própria capital mineira.
Internet. A economista do Idec ressalta que é importante manter o antivírus do computador sempre atualizado, já que há programas, enviados por meio de vírus, que podem alterar o código de barras do boleto.
“Se possível, evite fazer compras, efetuar pagamentos ou gerar boletos em computadores públicos ou em redes de Wi-Fi abertas. O risco de invasão de contas nesses ambientes é maior”, diz.
Ione explica que o consumidor vítima do golpe deve tirar cópias do boleto falso e do comprovante de pagamento (impresso no caixa eletrônico, via internet ou celular). “Com os papéis em mãos, registre um boletim de ocorrência numa delegacia e procure o banco e o fornecedor do serviço. Faça também uma reclamação no site www.consumidor.gov.br, do Ministério da Justiça”, diz.
Para o Idec, ao permitir que os boletos sejam impressos pela internet, bancos e empresas assumem os riscos de segurança associados a emissão deles. O mesmo princípio vale para os boletos enviados pelo correio. Assim, em casos de golpe de falso boleto, o fornecedor e o banco devem arcar com os prejuízos.
EMPREENDEDOR
Formalização de empresa é gratuita
Uma distração pode fazer o empreendedor perder dinheiro, já que há pessoas que aproveitam a falta de informação para cobrar serviços e associações que não são obrigatórias. “Já a falsificação é crime de estelionato, e o empreendedor pode fazer a denúncia no Ministério Público”, diz a analista do Sebrae Minas Ariane Vilhena.
Ela ressalta que a formalização do microempreendedor individual (MEI) é feita gratuitamente no Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br).
Para ter acesso a todos aos benefícios da formalização, é necessário pagar, no dia 20 de cada mês, o boleto de contribuição mensal (DAS) – que é um recurso destinado à Previdência Social e ao ICMS ou ISS. Desde o início de 2016 o documento não é mais enviada pelos Correios. (JG)
Fonte: Fenacon / O Tempo – MG